HMW

INTRODUÇÃO
O projeto HMW sigla para Housing-Manufacturing-Water for the urban poor: Enabling actors and capacity building for appropriate technologies foi um programa de projetos de melhoria das condições de vida da população urbana de baixa renda, que visou à integração das áreas de habitação, manufatura e saneamento por meio de projetos e workshops multidisplinares e anuais nos quais designers e planejadores urbanos, engenheiros de produção e engenheiros ambientais trabalharam juntos no desenvolvimento de ações alinhadas com os objetivos das Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, especialmente aquelas que se referem ao desenvolvimento de áreas habitacionais sustentáveis, fornecimento de água potável e geração de fontes de renda em áreas de interesse social no Chile, África do Sul e Brasil.
O PROGRAMA INCLUIU

– Currículo e desenvolvimento de pesquisa em universidades parceiras;
– Construção de redes para disseminar os conhecimentos existentes, os conhecimentos especializados e o aprofundamento das redes Sul-Sul;
– Transferência de conhecimentos e adaptação às condições locais;
– Recrutamento de parceiros como multiplicadores em relação à compreensão intercultural;
– Aumento do nível de sensibilidade das instituições de ensino superior alemãs para com o desenvolvimento de questões relevantes, através do planejamento do programa de estudos internacionais (TU Berlin e parceiros internacionais);
– Envolvimento de Organizações Não Governamentais (ONGs), governo e indústria durante o processo de capacitação.

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS PARTICIPANTES

– Technische Universität Berlin, Alemanha;
– Technical University of Oruro, Bolívia;
– Pontificia Universidad Católica, Santiago, Chile;
– Universidad de la Frontera, Temuco, Chile;
– University of Stellenbosch, Africa do Sul;
– University Botswana Garborone, Botsuana;
– KRVIA – Institute, Mumbai, Índia;
– UFES – Universidade Federal do Espirito Santo, Brasil;
– Universidade de São Paulo, Brasil.

Depoimento Stakeholders

Morar Construtora
A participação nesse projeto foi muito boa, porque eu acho que com o conhecimento técnico que eu tenho, consegui somar a equipe e consegui aprender também com a equipe muitas coisas, como que a gente consegue passar para a equipe o que é importante para que eles possam desenvolver um bom trabalho, que possam desenvolver um bom produto, quais são as características que os produtos têm que ter. Foi um aprendizado mútuo para as duas partes, tanto a minha quanto a de toda a equipe e no final o que sobrou do projeto, o projeto apresentado, foi exatamente como brifamos para eles. Tinha uma série de características que achávamos que era importante ter na fábrica e essa mini fábrica foi feita basicamente com todas as características que pedimos. É uma equipe que, neste momento, se supera, nos surpreende positivamente e traz para a gente um produto que breve eu gostaria de ver nas ruas, trabalhando e gerando mais empregos, gerando condições legais para muitas pessoas que precisam disso, principalmente as ONGs. Então a gente espera realmente que o produto consiga ser fabricado porque o projeto foi muito legal.

IFES
Foi muito bom. Eu sou do IFES e foi a primeira vez que fiz um projeto em parceria com a UFES. A dinâmica do projeto, a forma da organização do projeto, das partes poderem se integrar foi para mim, surpreendente, uma experiência muito boa. Trabalhar com os alunos do PET da Mecânica foi muito interessante e muito bom, eles têm um potencial incrível e isso para mim foi bastante significativo como forma de aprendizado, às vezes você se coloca como professor e como aprendiz. E nessas horas a gente tem a relevância e o prazer de aprender, aprender a trabalhar em equipe, de forma conjunta, integrada e trazer bons resultados. Um resultado relevante, que inclusive a gente pretende fazer vários registros, já é uma coisa que não para, da mesma forma que ela foi criada ela vai crescendo e tomando novas dinâmicas e a gente espera contribuir mais da forma que o projeto foi concebido, da forma que ele tende a agregar emprego e renda, a gente espera também contribuir de outras formas e espera que possa crescer ainda mais.

Ateliê de Ideias
Eu sou Leonora Mol, sou diretora presidente da Associação Ateliê de Ideias que possui um negócio social chamado Bem Morar – Indústria e Comércio Ltda, enquanto parceira social deste projeto eu criei uma grande expectativa de união e de possibilidades de trabalho em conjunto, tanto a Universidade do Espírito Santo e a Universidade da Alemanha, e pensava em ter como resultado final um trabalho coletivo que pudesse colaborar com o que nós fazemos para os usuários finais, os beneficiários do nosso projeto. E fiquei um pouco decepcionada com essa integração entre as duas universidades porque como resultado final, acabamos tendo dois projetos diferenciados. Não consigo dizer muito a respeito do projeto que foi construído pelos alunos da Alemanha porque não tenho clareza a respeito desse projeto, mas consigo dar uma nota 10 para os projetos desenvolvidos pelos alunos e professores da Universidade Federal do Espírito Santo e dentro desse projeto, que é o projeto que eu consigo dizer mais, consigo ver uma grande participação com o nosso negócio social, consigo ver um resultado financeiro que possa propiciar uma sustentabilidade ao nosso negócio e acredito que isso possibilite integrações futuras e desejo que isso possibilite construções futuras que possam efetivamente colaborar com o público beneficiário que nós atendemos que são pessoas de baixa renda.

O Evento

A Rede Internacional Housing Manufacturing and Water – HMW teve como propósito buscar soluções integradas de habitação, manufatura e saneamento para problemas habitacionais. Em 2013, surgiu o convite de participação no evento realizado pela Universidade Técnica de Berlim (TU Berlim), nos dias 25 a 27 de setembro, para apresentação dos trabalhos e resultado do projeto Mini Fábrica Móvel (MMF) desenvolvido por professores e alunos da UFES, TU-Berlim e USP.

Participaram do evento as professoras Dra. Miriam de Magdala Pinto e Dra. Patricia Alcântara Cardoso, do curso de Engenharia de Produção e integrantes do Laboratório de Tecnologias de Apoio a Redes de Colaboração – LabTAR, e professora Dra. Clara Luiza Miranda, do curso de Arquitetura e Urbanismo do UFES.

Os resultados do projeto foram positivos e resultaram em uma continuação de parceria para segunda etapa do MMF, que foi o desenvolvimento da patente e da máquina. Outro resultado importante dessa parceria, foi a proposta de organizar um evento no Brasil para apresentação dos projetos desenvolvidos pelos alunos de arquitetura da UFES e TU-Berlim sobre soluções urbanas que poderiam ser implementadas no Território do Bem – Poligonal 1 de Vitória – ES, comunidade parceira do LabTAR e do Living Lab Habitat.

Este evento foi pautado pela apresentação para um público formado por especialistas e membros da comunidade interessada de projetos de intervenção urbana, habitação, mobilidade urbana, equipamentos urbanos e provimento de materiais concebidos nos anos de 2012 e 2013 por estudantes de Arquitetura e Engenharia Ambiental da Universidade Técnica de Berlim – TU Berlim e de Arquitetura, Engenharia da Produção e de Engenharia Mecânica da UFES bem como de projetos ou planos de urbanização da PMV – Prefeitura Municipal de Vitória para a área. A discussão e alinhamento desses projetos serviram de base para o evento posterior, Meeting Brasil-Alemanha: Soluções para Urbanização do Território do Bem.

Relacionados

Livro: Desafios para a Habitação de Interesse Social: O Território do Bem
Capa do Livro

“Desafios para a Habitação de Interesse Social: Território do Bem”, um livro que trata da questão da habitação de interesse social a partir dos pontos de vista da academia, da municipalidade, do terceiro setor e dos moradores.

O livro, organizado pela professora Míriam de Magdala Pinto, reúne artigos apresentados do Meeting Brasil-Alemanha realizado em 2014, organizado pelo Laboratório de Tecnologias de Apoio a Redes de Inovação – LabTAR, membro do Living Lab Habitat.

O Meeting, que resultou do Projeto Housing, Manufacturing and Water, HMW, onde em um evento único, todos os diversos atores trocaram ideias e construíram coletivamente possíveis soluções para o território, uma área típica de favela urbana brasileira.

 

Registro de Marcas e Patentes
Durante o todo o projeto, alguns desdobramentos geraram marcas e patentes de invenções ou processos criados por seus participantes:
Patente Caçamba para coleta e descarga de materiais